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Léo Lins: Bullying Arte

  • Foto do escritor: Seu Kirai
    Seu Kirai
  • 12 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 14 de fev. de 2021



Depois de tanta procura finalmente encontrei o ''chosen one''. O homem que levará a comédia nacional a um novo patamar, o homem que ''molestou'' o ''limite do humor'', o homem que gosta tanto de humor negro que colocou cabelo de defunto, o homem que fez o show mais corajoso da história da comédia brasileira, o primeiro comediante realmente de humor negro neste país: Léo Lins e o seu Bullying Arte.


O contexto atual foi propício para Léo ultrapassar a última barreira imposta pelo politicamente correto, acho que esta massa controladora promovida por um certo espectro político levou o comediante a pensar: ''Tudo bem, eles querem brincar? Vamos brincar então''. Eu disse em uma postagem, a censura é a pedra de amolar do comediante. Os gênios de verdade alcançam seu ápice sob este turbilhão de ódio. Se a perfeição é executar algo no nível mais alto da escala de valores, Léo Lins chegou bem perto disto e está a poucos passos de se tornar um dos maiores comediantes de stand up da história no Brasil, pois se meus conceitos de comédia em pé incluem a crítica social, a verdade, a técnica e o texto, Léo ainda conseguiu fazer algo com este que vos escreve que nem Anthony Jeselnik no seu brilhante ''Fire in the Mathernity Ward'' fez: Conseguiu me ofender.


A piada sobre leucemia me ofendeu para caralho... Léo conseguiu me tirar de uma zona de conforto de anos e me causar risos com culpa. Algumas piadas que ele faz com enfermidades específicas atingem diretamente no pessoal, pessoas na família já passaram por maus bocados e encontrar graça na piada onde ''sou o alvo'' é difícil, mas a inteligência e o contexto criado pelo comediante causa sentimentos confusos e um empurrão para abstrair tempos difíceis com sorrisos. Entrar para uma sessão do Bullying Arte é como invadir o cemitério a noite com os amigos. Dá para ver a tensão no rosto das pessoas, misturada com a alegria de participar de um ''erro sem danos''. Um conhecido me disse que na sessão onde ele estava, uma senhora ao lado dele de uns quarenta anos de idade, lá pela metade do show sussurrou baixinho: ''Minha Nossa Senhora guarda''. Isto é simplesmente maravilhoso.


O show não é somente humor negro. Léo inteligentemente e já em outros shows constrói um estofo muito útil junto com a plateia colocando gente no palco, fazendo piadas sobre a cidade que ele está se apresentando e as figuras ''ilustres'' que nela habita. Isto causa o sentimento de que já o conhecemos, faz aceitarmos suas piadas mais pesadas que em um contexto comum, talvez, causaria revolta. Ele se torna ''íntimo'' para uma parte considerável da plateia e estes, identificados com o comediante, muitas vezes irão puxar as pessoas para rirem de piadas onde normalmente alguns ficariam acanhados pelo nível de absurdos (genial não é?).


É obvio que não daria spoiler do show, se você quer uma experiência totalmente diferente do que já viu ou gosta de comédia pesada vá assistir o Léo Lins no espetáculo Bullying Arte. Se não tiver como ir, compre o dvd que será lançado. Ir ao Bullying Arte é participar de algo histórico pois, ''humor negro é como criança com câncer, nunca envelhece''.


Márcio Ribeiro, saudoso, foi a fagulha. Léo Lins é a consolidação. Outros virão no futuro, aposto no Igor Guimarães para ser um novo psicopata do ''humorismo''. Igor Guimarães que é a prova viva que a homossexualidade pode ser doença mental (faz piada de cadeirante agora boca de boceta). Tchau.



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