Fábio Rabin: Queimando o Filme

Continuando a Trilogia dos dólares do Rabin que são quatro (o primeiro dvd gravado não irei resenhar, não lembro. Quer dizer, lembro que foi em Floripa como sempre). Talvez este seja o ''pior'' show que ele fez. O que para qualquer outro comediante seria seu melhor trabalho, mas para o Rabin dado o nível elevado dos seus shows, pode ser tratado como ''um ponto fora da curva''.

Já no começo, ouvimos Rabin simular o que está falando próximo ao microfone sem saber que ele está ligado. É aquela coisa de ridicularizar a plateia e blábláblá... Só que isto é péssimo. A seguir, chega a hora do comediante fazer sua entrada triunfal e começar o espetáculo. Começa agora a tocar um hardcore de forma semi ensurdecedora, um Blink 182 da vida ou porcaria parecida e a sensação que se tem é que irá entrar um jovem comediante cheio de energia e tatuagens até na porta do cu , mas quem vem? Rabin e sua barriga de cadela prenha com seu entusiasmo de quarentão e que ao chegar ao microfone manda ''um que maneiro'' com a sua voz de fumante compulsivo.

Mas eu sei de quem é a culpa deste tremendo pastelão de início. A esposa do Fábio, gente boníssima porém coronel da Gestapo, Camila Pinheiro. Ela também é a empresária do comediante e parece que gostava de dar ideias artísticas para a montagem do show. A moça fazia cover de Green Day tocando baixo quando mais jovem, ou seja, a opinião artística dela e a minha sobre operação intestinal são a mesma bosta. Felizmente para todos, hoje, ela aparenta se limitar em cuidar de coisas de bastidores, ser uma coadjuvante e alvo de piadas do Fábio, mas nessa época ''era foda véio''.

O texto do Rabin durante o show possui o brilhantismo de sempre. Ele é inteligente, é muito engraçado, é diferenciado, muito improviso, mas um outro problema acontece já nos final mentes, quando o comediante entra em um devaneio foda sobre um gordo chato para caralho de Fernando de Noronha. Me pareceu uma indireta para alguém, mas foi a primeira vez que o Rabin me fez sentir raiva em todos estes anos que acompanho a sua carreira (ele fingir não ser de esquerda também dá um pouco). Pra quê fazer isto? Pra quê piada com tartaruga marinha ameaçada de extinção em Noronha e gordo filho da puta junto? Tudo de uma vez. Acho que foi o momento Marcoluqueano do Rabin, acontece com os melhores comediantes. Tanto é que ele nunca mais repetiu essa merda de piada em nenhuma divulgação e em lugar nenhum. Moisés tem poder. Amém.

E assim termina essa parte da trilogia de quatro do Rabin. O pior que sou tão fã deste filha da puta que estou procurando desesperadamente um bendito programa na TBS que ele fez e ninguém viu. Assisti um trailer e acho que fui o único que gostei, tem até o cara dos Velhas Virgens no negócio. Podem assistir este show no link abaixo, mas pula o começo e pare antes do gordo. Ou assista também, caguei:

Um abraço e o Rabin junto com o Vinheteiro são o Zé Graça.